Complementando a lista dos melhores discos de Glam Metal de bandas das antigas, que aderiram ao movimento oitentista de que tanto gosto, me atrevo a dizer que os inseridos nesta lista não se vangloriavam de terem sucumbido aos apelos comerciais das gravadoras. De olho no mercado, exigiam de seus contratados o pacote completo: Laquê, paetês (Ozzy neste quesito reinou), trapos rasgados e coloridos e demais adereços. Curioso notar numa época tão “politicamente incorreta”, a naturalidade com que os artistas se vestiam de mulher, usavam maquiagem, batons etc, sem nenhuma cerimônia nem tampouco movimentos forçados de inclusão. A festa era total e a galera curtia demais. Chega de conversa mole e vamos a lista.
6 – The Ultimate Sin – Ozzy Osbourne (1986) – Apesar do velho Príncipe das trevas detestar essa fase hoje em dia, o que se percebe claramente é que o mergulho foi de cabeça no glam, e na minha opinião o disco é estupendo e considero um dos melhores do devorador de morcegos, que provavelmente na época deu um tempo na dieta morcegana. Se alguém puder assistir algum show da turnê do disco verá um Ozzy totalmente caracterizado com paetês e lantejoulas que de tanto brilho chegava a encadear os telespectadores. Minhas prediletas: “Shot in the Dark”, “The Ultimate Sin”, “Killer of Giants” (a melhor) e “Secret Loser”.
7 – 5150 – Van Halen (1986) – Tudo junto e misturado, se o Van Halen influenciou o surgimento do Glam, aqui os caras receberam a influência de volta e fizeram um disco meio pasteurizado, mais até do que seu antecessor – 1984. Bolacha que marca a estréia do excelente vocalista Sammy Hagar, que também assume a guitarra base, deixando em dia a tara do virtuoso das seis cordas Eddie Van Halen à vontade para se deleitar nos teclados (que desperdício...). Na minha opinião é um bom disco, apesar do certo exagero dos sintetizadores, como se percebe em: Dreams, Love Walks in e na minha predileta Why Can’t This be Love.
8 – Innocence is no Excuse – Saxon (1985) – Uma das maiores bandas do NWBOHM (New Wave British of Heavy Metal) ao lado do Iron Maiden, aqui influenciados pela mudança de gravadora – EMI e ao apelo do glam, trataram de mudar radicalmente o visual, afinal os caras possuem ares de caipiras e tiveram que ajustar o figurino e passaram a caprichar no laquê e maquiagem. A crítica mais radical da época, xingou a galera de vendidos, ante toda amortização e suavização da imagem e do som. Mas tem música boa, sim. Destaco Rocking Again, Back on the Street e Rock’n’Roll Gipsy. Boa diversão.
9 – Love at First Sting – Scorpions (1984) – Apesar de colocar essa obra prima apenas em nono lugar, significa somente que qualquer dos 10 listados são discos sensacionais, assim como o próximo. Se existe um disco nesta lista mais impactante do que esse é difícil de dizer, mas colocá-lo aqui faz sentido. Senão vejamos. Talvez seja o mais repleto de hits. Trabalho que alçou os caras para um patamar de banda de arena e que na minha opinião de forma justíssima, afinal como classificar clássicos como: Rock you Like a Hurricane, Still Loving You, Big City Nights, com direito a um clipe com várias passagens pelo Brasil, durante a turnê que culminaria com o excepcional álbum duplo ao vivo World Wide Live; Bad Boys Running Wild e Comming Home. Pois bem, o visual não mudou tanto, mas o som deu uma suavizada e conquistou de vez a América.
10 – Metal Heart – Accept (1985) – Muita gente vai discordar de mim ao classificar esse disco como “Farofa”. Eu até fiquei em dúvida e quase coloco aqui o Russian Roulete, mas considero este mais pesado do que o Metal Heart, e, portanto, inseri aqui. Eu adoro o disco do começo ao fim. Neste petardo tem ao menos duas músicas que considero das melhores da banda: Faixa Título e Midnight Mover que nada tem de glam, mas é inegável a influência do movimento quando escutamos músicas como Screaming For a Love Bite, Living For Tonight e Up to The Limit, que por sinal são sensacionais. Talvez por isso coloquei em décimo. Seguramente é mais suave, sobretudo se compararmos aos antecessores: Balls to the Wall e Restless and Wild.
E aí? Gostaram? Discordaram de muita coisa? Façam uma lista também, opinem sobre a minha. E se eu dissesse a vocês que quase coloco o multicultuado álbum de Heavy Metal do Iron, principalmente no Brasil, “Somewhere in Time”, por conta das guitarras sintetizadas, mas fiquei com medo de ser cancelado. Rsss.
GODOY GLAM
Bons tempos que não voltam mais!!!