Não há roqueiro que se preze, se não acompanhar as matérias acerca das bandas e artistas do gênero, pelo menos nos anos 80. Hoje temos o dr Google, mas na época tínhamos as bancas de revistas.
Nutríamos nosso amado vício do metal e do hard rock, nas revistas pôster e especializadas. As primeiras eram disputadas a tapas porque invariavelmente ornavam as paredes dos quartos/santuário. Lembro de várias bandas, como Iron, Acdc, Deep Purple, ZZ Top, Saxon, Wasp, Van Halen...
Era muito legal mesmo, elas continham toda a historia da banda e se transformavam no pôster.
Mas eu colecionava mesmo era uma revista mensal intitulada Metal, esta realmente era fantástica e trazia tudo do universo do metal, hard rock e glam metal, este último gênero que tive o privilégio de ver surgir nascer e confesso gostava demais, aliás gosto até hoje.
Basta dizer que se tratava de uma espécie de sub-gênero do hard rock, que amenizava o peso tornando-o mais palatável ao gosto dos americanos. Inúmeras bandas cederam ao apelo comercial, tais como: Kiss – Animalize (ótimo) e Asylum (muito bom); Judas – Turbo (muito bom); Ozzy – Ultimate Sin (sensacional); Saxon – Inocense is no Excuse (fraco) e tantas outras. E não podemos deixar de registrar as que inauguraram o movimento – Quiet Riot, Motley Crue, Ratt, Cinderella, Bon Jovi, Autograph, Icon, keel, Wasp, Great White e por ai vai.
Voltando a Metal, esta servia de parâmetro para o acesso e até influência sobre o que comprar ou deixar de comprar em matéria de rock.
Além de nos manter informados sobre as novidades do universo roqueiro, com matérias e reportagens, tinha na última página uma resenha dos discos lançados na gringa e que só chegariam em terras tupiniquins após uns quatro a cinco meses. Imaginem a expectativa do leitor?!
Como esquecer a resenha do Powerslave do Iron ou Fly on the wall do Acdc?! Era muita ansiedade... Ou mesmo o lançamento de um verdadeiro formador de caráter como o disco de estréia do WASP?!
Certa feita, tentei contrariar as críticas do Inocense is no excuse do Saxon e fui lá comprar, confesso que quebrei a cara. Até hoje é um disco que não gosto.
Ainda me recordo de uma matéria do Poison, cuja manchete era: Metal Fru Fru!! Já pensou hoje em dia?!
Mas o título do texto se refere a uma revista que atendia pelo nome de Metal Mania...
Estava eu a folhear algumas revistas do gênero, quando me deparei com a referida. Chamou-me atenção que a capa trazia uma enquete sobre as melhores e piores bandas de heavy metal. Não contei conversa, comprei e somente abri quando cheguei em casa. Fui folheando página a página, até chegar na famigerada lista. Primeiro as melhores. Pude observar que abria com Judas Priest, até aí tudo bem. Ocorre que, confesso não lembrar bem da lista de melhores, mas ainda tinha Joan Jett. Como assim?! Não era ruim, mas entre as melhores, era um pouco demais. Parecia prenunciar o que estava por vir.
E cheguei na lista das piores. Abria com nada menos que Iron Maiden. Depois vinha com Ozzy Osbourne, com seguinte comentário – única banda que não pode criticar o Iron. O que cara pálida?! Que diabo isso queria dizer?! E seguia, Twisted Sister – Maquiagem não ajuda; e mais, Motley Crue – Uma banda que acha que tocar é usar roupa justa; Quiet Riot – o que esperar de uma banda que enterra uma música do Slade. Seguramente se referia as duas versões que a banda fez: Cum feel the noise e Mama we all crazy now. Simplesmente maravilhosas suas releituras. Ainda tinha o Cheap Trick e a piada infame: não passa de um truque barato.
Resumindo, a indignação foi tão grande, que não seria exagero colocar na lista de melhores, as piores.
A revista trazia, na minha opinião, como ponto alto uma matéria sobre o Iron, logo em seguida a fatídica lista, muito boa e enaltecendo a banda. Resultado: Quebraram a redação da revista e ela sequer chegou ao número 2. Anos 80 não tinha boquinha não... Não tenho mais essa desgraçada, mas gostaria de tê-la como registro desse devaneio.
Metal Mania, tu é doida?!
Godoy Metal
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