Não escondo de ninguém minha admiração pelo Glam Metal, tanto é que já fiz um texto no blog enaltecendo o movimento intitulado “Metal Farofa” (clique aqui para conferir). Quem viveu os anos 80 e curtia hard rock e heavy metal sabe muito bem do que estou falando. Se pudéssemos eleger a banda pioneira seria o Quiet Riot, ou ainda a de maior relevância o Motley Crue. Por outro lado, não consigo pensar numa banda e nem tampouco num disco que mais tenha marcado o gênero para mim do que Twisted Sister e seu terceiro álbum, lançado em 1984 – Stay Hungry.
Em que pese os dois primeiros trabalhos da banda – Under the Blade e You Can’t Stop Rock’n Roll, serem de muito peso e atitude, Stay Hungry tirou-os do gueto e os alçou ao patamar de banda de arena.
Tudo relacionado ao disco soa glam: visual com bastante maquiagem e laquê, postura, figurino recheado de trapos coloridos, som e clipes bem humorados. O fenômeno que a banda se tornou diante deste disco foi algo poderoso e arrastador de multidões. Os hiper mega sucessos: I Wanna Rock e We’re not Gonna take it grassaram na Mtv, onde podia se observar o “sistema” encarnado no professor colegial reacionário (personagem do ator Mark Metcalf retirado do filme Clube dos Cafajestes) perseguindo os fãs da banda. As perseguições são hilárias e nos remetem a vilão de desenho animado e marcaram uma época. A cena de I wanna rock em que o “mestre” confronta o aluno : ...”What do you want to do of your life??...” e o aluno e fã responde: “I Wanna Rock” fazendo surgir a banda e mandando pros ares o professor, é sensacional e revestida de toda aquele famoso abismo que separam os dois mundos envolvidos.
Mas definitivamente o álbum não se resume a essas duas músicas e revelam o que um bom produtor – Tom Werman, que já produziu Motley Crue, Stryper, Poison, dentre tantos -, pode fazer, apesar da resistência dos integrantes da banda em aderir ao som mais “comercial” do disco. Stay Hungry, Burn in Hell, Don’t let me down e a poderosa balada The Price são o ponto alto da bolacha em minha opinião.
Há, no entanto, um episódio acerca da galera que bem me recordo de ter lido na revista “Metal” volume 08, onde Dee Snider – vocalista e líder da banda acusa os caras do Deep Purple, que haviam retornado no ano de 1984 com o maravilhoso disco Perfect Strangers, de ultrapassados e literalmente dizia: “bandas como o deep purple deviam morrer”. Não deixa de ser irônico, haja vista que o twisted sister cansou de reviver dos clássicos do passado. Mas é como se diz, o mundo dá voltas...
O que não se pode negar é que apesar do visual extravagante da turma, faziam um som muito bom e consistente, bem melhor que a maioria da época.
O famoso álbum virou marca indelével da banda que, após esse mega sucesso não conseguiu mais atingir o mesmo nível alcançado pelo trabalho. Afinal, o multiplatinado disco chegou a vender mais de 3.000.000 de cópias somente nos Estados Unidos.
A banda era composta por Dee Snider nos vocais; Jay Jay French e Eddie “Fingers” Ojeda nas guitarras; Mark “Animal” Mendoza no baixo e A.J.Pero nas baquetas. Todos, excelentes músicos, sobretudo Jay Jay e “Animal” Mendoza que debulhava no instrumento de quatro cordas, conferindo a trupe um dos pontos altos na minha modesta opinião.
Mas o destaque da banda sempre foi e sempre será o performático e figura ímpar Dee Snider, que já chegou a cerrar os dentes para parecer mais emblemático do que já era. Não há como imaginar a banda sem a presença marcante, carismática e polêmica do Frontman da turma. Acho que se existisse um dicionário para traduzir o Glam Metal deveria constar a foto da banda e em especial do vocalista. Salve o Metal Farofa!!
GODOY SNIDER
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