Desde o primeiro texto que fiz acerca da experiência que tive ao adquirir o primeiro disco ao vivo do ACDC – If You Wan’t a Blood You’ve Got it, não escondo de ninguém que minha banda predileta é a trupe australiana. Também já revelei preferir Bon Scott a Brian Johnson, apesar de gostar bastante do segundo, inclusive elegi como melhor álbum da banda o clássico Back in Black.
Apesar do disco de estréia de Brian – Back in Black, ter sido praticamente perfeito, depois dele houve muitos altos e baixos em termos de qualidade de trabalho. No caso do The Razors Edge, considero o melhor álbum desde o disco debut de Johnson.
Lançado em 1990, o disco trouxe Angus Young e companhia para o topo novamente, naquele que podemos dizer não só melhor trabalho desde Back.. como seguramente o que revelou mais inovação, naquilo possível e permitido pelo ACDC, principalmente pela eminência parda da banda, o competentíssimo irmão menos famoso – Malcon Young e seus espetaculares riffs e composições. Músicas como Moneytalks, Are You Read, Fire Your Guns e a faixa título, comprovam o que digo, sem esquecer do único hit ainda hoje tocado pela banda (uma pena) Thunderstruck – aliás, abro um parêntese aqui para narrar um episódio ocorrido comigo, quando pude assistir a um show do ACDC em Berna na Suíça, com direito a Axl Rose (surpreendente bem encaixado na banda) nos vocais. Na fila para entrar no estádio onde rolou o concerto, me deparei com um garotinho de uns seis anos todo vestido de Angus Young - calças curtas, paletó, gravata e chapéu com chifres. Não resisti e perguntei qual era a música favorita dele e ele sem retrucar: Thunderstruck!! De arrepiar.
Há de se registrar, uma mudança significativa no quesito produção. Antes os clipes eram invariavelmente feitos durante apresentações da banda ao vivo, sem nenhum aditivo para moldá-los. É bem verdade que o início da renovação tenha ocorrido em Fly on the Wall, mas é inegável que em “The Razors Edge”, tudo ficou bem mais evoluído e divertido neste departamento. Muito embora haja quem prefira os clipes de apresentações ao vivo, a mim soam mais condizente com as divertidas letras, os clipes mais produzidos, revelando melhor a verve bem humorada da banda.
Voltando ao disco, não podemos deixar de mencionar o carisma e a técnica do batera Chris Slade, ex Uriah Heep e The Firm, dentre outros. Dá para conferir toda desenvoltura, carisma e entrosamento de que falo desta fase da banda, basta assistir ou ouvir o disco ao vivo dessa época – Live. Grande contribuição dele no disco. Quem quiser curtir um excepcional disco do ACDC, recomendo “The Razors Edge”. Não vão se arrepender, é rock’n’roll na veia.
GODOY YOUNG
Concordo. Melhor disco com BJ depois do Back in Black.