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Foto do escritorLuiz Bzg

40 anos do punk no Brasil e o legado de uma geração


Enquanto parte do mundo colapsava em mais uma virada de década, no Brasil a ditadura assassina jazia capenga em seus últimos anos aumentando a desigualdade e assombrando a população com violência e incertezas. É nesse contexto que durante esse período desembarca no país os ruídos mais fortes da música rápida e tocada com três acordes que já vinha contaminando os subúrbios e pequenas casas de shows em grandes cidades do chamado ‘primeiro mundo’. O curioso é descobrir numa simples pesquisa, que a contracultura punk explodiu nos quatro cantos do planeta quase que ao mesmo tempo, pois o rock decadente que vivia os resquícios da fase áurea das bandas do final dos anos 60 e começo dos 70, clamava por um urgência juvenil e atual marcada pela insatisfação com a política, religião e a economia capitalista em sua fase liberal. O Brasil foi um desses lugares onde a parada ecoou forte e logo foi assimilada por aqueles que buscavam transgredir esses costumes e expressar suas insatisfações e anseios por meio da música agressiva e visceral. Por aqui as primeiras bandas se espalham como uma doença principalmente em cidades como São Paulo e Brasília. Mas é na caótica capital paulista que a parada ganha maior expressividade ao parir alguns dos nomes mais representativos da cena brasileira da música do esgoto.

Uma geração que contava com bandas como Restos de Nada, Psykóse, Cólera, Garotos Podres e tantas outras que invadiram o underground e traçaram um caminho da periferia ao Centro para ganhar os holofotes desfocados da mídia e da polícia, mas também de pessoas melhor intencionadas que viam naquilo uma autenticidade de vanguarda cultural e política que até então o rock’n roll não havia vomitado com intensidade em anos anteriores. Nesse balaio de acontecimentos, surgem os primeiros festivais, os primeiros registros em áudio e vídeo e as clássicas coletâneas, hoje itens raros de colecionador e sempre muito disputadas. O resto é história que o tempo, os livros, os zines e as pessoas que vivenciaram (e continuaram a vivenciar) aquilo na sua forma mais sincera e intensa podem contar melhor.


Luiz Bzg::


 






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